Monthly Archives: Setembro 2009

Quando topei a verdade…

Um dia desses, desses mesmo que só você e eu sabemos, vi um menino topando de frente com o vento. Tinha um acordo simples e singelo. Mas eu passei, e o menino também. Do outro lado da rua que eu. O cachorro rosnou para mim. Aquele carro de polícia sequer me viu. E uma bela morena também. E enquanto tudo isso, e mais um monte de outras coisas, aconteciam, decidi topar um diálogo com os mestres sobre a verdade. Minha pergunta era simples, porque a verdade não venceu?

William – Porque a verdade não venceu?

Oscar Wilde – Por quê, meu caro William, a verdade jamais é pura e raramente é simples.

William – Mas como seu Wilde? Como assim? Como que alguma coisa pode ser mais pura e simples do que a verdade?

Voltaire – Ama a verdade, mas perdoa o erro.

William – Tudo bem sêo Voltaire, mas tentemos nos ater a pergunta, por que a verdade não venceu?

Mahatma Gandhi – Sempre que você tem a verdade ela precisa ser dada com amor, ou a mensagem e o mensageiro serão rejeitados.

William – Olha aí, agora o Gandhi trouxe um novo ingrediente para a nossa mistura. Será que o amor não suporta a verdade? Será que eles podem existir em harmonia?

Ivan Panin – Para toda beleza há um olho em algum lugar para vê-la. Para toda verdade há um ouvido em algum lugar para ouvi-la. Para todo amor há um coração em algum lugar para recebe-lo.

William – Grande Panin, interessante essa observação. Talvez seja um caminho bacana, o que você quer dizer é que a verdade é verdadeira, o problema está em quem a recebe? 

Ivan Panin – Não ponha palavras na minha boca rapaz.

William – Desculpe caro Panin.

Ivan Panin – Está perdoado, acho que Froude  quer fazer uma observação, está com a mão levantada desde que abrimos a segunda garrafa de Whisky.

William – Diga lá Froude!

J.A Froude – Pode ser verdade que agimos como escolhemos. Mas, podemos escolher? Não é a nossa escolha determinada por causas que nos escapam?”

William – Acho que nem o Freud saberia dizer essa bicho…Eu acho que somos responsáveis, inda que irresponsavelmente pelas causas que nos escapam. Não acham?

Todos em uníssono – (Barulho irreproduzível e algum palavrão em russo)

Machado de Assis – Odeio trocadilhos, essa é a verdade

William – Nada como bater o martelo…

Machado de Assis – Palerma! O problema é com você rapaz, que não quer lidar com a verdade!

William – É uma possibilidade…Concordo.

Machado de Assis – Como pode um ser civilizado querer participar de uma discussão acalorada? É um palerma mesmo…

Marilena Chauí – Gente, gente! A verdade não pode escandalizar.

Todos em uníssono – Balbúrdia. Um em russo.

William – Acho que essa discussão não está indo a lugar algum rapaziada, e eu continuo com a pulga atrás da orelha…

Winston Churchill – Um homem pode ocasionalmente tropeçar na verdade, mas na maior parte das vezes ele se recupera e vai em frente.

William – Caramba! Taí, não falou nada mas disse alguma coisa. Pessoal, agora deixa eu ir que tá meio tarde…

Todos em uníssono – Uhhhh! Tinha que ser mesmo…(Vários chingamentos em russo)

William – Foi uma boa conversa, confesso que admiro ainda mais todos vocês…

Henry David Thoreau – Ei, caro William, nunca se esqueça: Ao invés do amor, dinheiro e fama, me dê a verdade.

William – Valeu Thoreau, vou manter isso na mente. Um abraço rapaziada, até a próxima…

 

Beijos e abraços do dabliubê.

Há uma sensação…

Há uma sensação comtemporânea da qual não faço parte. E há, tenho todas as provas e os indícios e sei que há.

Há, igualmente, uma sensação cosmopolita da qual também não faço parte. Sim, claro, estou nela, de alguma maneira é necessário estar presente para sentir-se ausente. E isso eu faço.

Há coloquialidades e burburinhos que ouço e não consigo reproduzir, eu sei deles, eu ouço deles, até as vezes faço parte deles, mas não consigo capturá-los.

Há muito dengo sendo jogado da janela mas ele sempre cai na poça de água do meu lado, se dilui e vai embora. 

Há muita diluidade por aqui também. Que é o simples ato da dissolução de tudo aquilo que é ou já foi um dia.

Há muitos pormenores, trocados, trocadilhos e também muita enxeção de saco por aqui.

Isso não é exclusividade minha, tem um carrinho de mão deles catados, aos montes por aí.

To falando, acredita, há um sério desperdicio de alegria por todos os cantos. Há lágrimas em demasia, e acordes em completa (des) sincronia.

Há palhaços demais, mas não nos fazem rir. Há piadas demais, mas não há um bom humor.

Há barulho e medo demais, e eu fico aqui sentado, fechado num impávido colosso casulo. 

Pensando de menos e reproduzindo intermináveis: Poiséses e Aconteces…

Acontece.

Da série: Reciclando post’s antigos

O físico Leo Szilard certa vez anunciou ao amigo Hans Bethe que estava pensando em escrever um diário: “Não pretendo publicar. Só vou registrar os fatos para a informação de Deus”. “Você não acha que Deus sabe dos fatos?”, Bethe perguntou. “Sim”, respondeu Szilard. “Ele sabe dos fatos, mas não desta versão dos fatos.”
Hans Christian von Baeyer,
Taming the atom (Dominando o átomo)

Esse post foi originalmente postado por Ricardo Schneider

A, sombra do dia 3 de Junho de 2007.

Ciao.

Vai Neruda, dá show.

É assim que te quero, amor,assim, amor, é que eu gosto de ti,tal como te veste-se como arranjas os cabelos e comoa tua boca sorri,ágil como a água da fonte sobre as pedras puras,é assim que te quero, amada. Ao pão não peço que me ensine,mas antes que não me falte em cada dia que passa.Da luz nada sei, nem donde vem nem para onde vai,apenas quero que a luz alumie,e também não peço à noite explicações,espero-a e envolve-me,e assim tu pão e luze sombra és.Chegastes à minha vida com o que trazias,feita de luz e pão e sombra, eu te esperava,e é assim que preciso de ti,assim que te amo,e os que amanhã quiserem ouvir o que não lhes direi, que o leiam aqui e retrocedam hoje porque é cedo para tais argumentos.Amanhã dar-lhes-emos apenas uma folha da árvore do nosso amor, uma folha que há-de cair sobre a terra como se a tivessem produzido os nosso lábios,como um beijo caídodas nossas alturas invencíveispara mostrar o fogo e a ternurade um amor verdadeiro.

Pablo Neruda.

É óbvio, tá na cara e Eu já sabia.

Como assim não? Quem falou não, não sabia disso.

Disso o quê? Disso tudo oras, é tão óbvio, tá na cara.

Na cara de quem? Na cara de quem quiser ver, não precisa de espelho, tá na cara do teu irmão,

aquele que se abanca ao seu lado, te pede um trago e você diz não.

Se abanca aonde? Aonde, geralmente, você se senta primeiro. Não é o primeiro a chegar e nem o último a sair.

Não és o primeiro em nada do que já foste um dia e nem o útlimo por que tens medo de voltar a ser o primeiro.

Mente que sente e sinta-se a mesa. Sinta-se a vida. Sinta-se a casa. Um brinde a tolice desvairada. Amém nóis tudo. 

Assim mesmo, na terra e no céu. Cabe a mim, cabe a ti, cabe a cada um nós. Se não couber vai apertado mesmo. 

Dá uma força? Claro, como não? Como não?? Como assim porra? Pois não. Pois é. Todavia, entretando. Mentiras.

Nem me fale.

 

Um abraço. Dabliubê.

O blog que é a ressaca moral da mosca da merda do cavalo do bandido

Agora. É, agora mesmo, deu vontade de ler um texto do China, dos bons e velhos tempos de Jaguardiões. Tinhamos tudo, só nos faltou o alguma coisa.

Veja ai

Abre aspas:

Amor falado é amor errado

Amar é algo para se fazer a dois. Ninguém ama sozinho. Saudade, desejo, paixão, carência, seja o que for, mas sozinho não é amor.
A dois. Como é bom estar sozinho com alguém. O mundo nunca é suficientemente grande para dois corações enamorados. E um coração será sempre grande o bastante para amar. Porque nunca estará sozinho quem por hora está sendo amado.
Os corações se completam. Duas metades. Dois lados. Duas almas. Dois sexos. Dois em um. Os opostos. Os dispostos. O amor é flor, o amor é espinho. O amor é pedra e caminho. É companhia sem solidão, é pecado com perdão. Amor é verso e também é prosa. É lirismo e egoísmo. É lua e sol, noite e dia. É hoje o dia, todo dia.
O amor pode ser tudo, mas também pode ser nada. Pode ser duas mãos dadas seguindo na mesma estrada. Só não pode ser palavra.
Amor não deve ser falado, deve ser sentido. Deve ser amado. Deve existir sempre, mesmo quando estamos separados.
E ninguém que ama, amará errado. Pois amar não é pecado.

Um caso de amor

Tudo começou com uma incrível idéia dada pelo ‘n’, que decidiu competir com o ‘m’ para ver quem fica o maior tempo de ponta cabeça. Pareceu uwa idéia boba, e foi weswo, was cowo ew toda idéia boba, as couseqüêucias logo coweçaraw a aparecer. Isso porque uw dos waudaweutos da wassa alfabética coweçou a ser iufriugido. Esse waudaweuto diz que ueuhuwa cousoaute pode se relaciouar cow uwa vogal a weuos que dewoustrew a iuteução de coustituírew fawília, o que uão era o caso. Acoutece que o ‘u de pouta cabeça’ percebeu uwa afiuidade iucrível cow o ‘u’, e logo tiveraw uw caso aworoso.
Uo coweço tudo era flores, e as duas letras estavaw wuito felizes. A cowpetição cow o ‘w’ havia sido esquecida, e o ‘u’ wauteve-se de pouta cabeça por puro prazer. Was logo o tewpo passou, e couforwe ele passava, o ‘t’ e o ‘v’ cresciaw os olhos para ciwa do outrora ‘u’, dewoustraudo ciúwe cow a eutão viziuha de posição, teweudo perdê-la para sewpre. Foi assiw que, uuwa visita uoturua a sua awada, o ‘u’ foi surpreeudido cow uwa ewboscada arwada pelos dois ciuweutos e foi obrigado a se desvirar e dar no pé para nunca wais voltar. Os dois powbinhos nunca wais voltaraw a se encontrar cow alguw enlace aworoso. Isso fez cow que o ‘w’ pudesse voltar ao norwal e ganhar a aposta, e como todo bom ganhador, tira sarro até hoje de seu desafiante.
Hoje todos vivem felizes, exceto o ‘n’, que espera até hoje que o ‘u’ vá visitá-lo. Coisa que não aconteceu e nem acontecerá, porque o ‘u’ está envolvido em outra história de amor. Mas essa é outra história, para outro dia, talvez.

Fecha aspas.

Minha alma está com sede. Saciada nunca está

Sempre está em busca, de um lago novo para se banhar.

Minha alma descontente, já não sabe o que fazer com o de repente

É, o de repente, que chegou e me lembrou da vontade que eu sinto de te amar.

Asta la vista folks.

beijos e abraços dabliubenizianos.

Geraldo Vandré, vamos tomar um café?

Não 
Não há por que mentir ou esconder
A dor que foi maior do que é capaz meu coração
Não
Nem há por que seguir
Cantando só para explicar
Não vai nunca entender de amor
Quem nunca soube amar.
Ah…
Eu vou voltar pra mim
Seguir sozinho assim
Até me consumir
Ou consumir
Toda essa dor
Até sentir de novo 
O coração 
Capaz de amor.

 

Por onde andará Geraldo Vandré? Em breve.

A medida do impossível

A medida do impossível era tentar, e tentei

Não credito a mim glória e nem fama

Não saber a medida do impossível, do improvável e do inesperado

Foi tudo o que eu usei para tentar e tentei.

Não acredito em metade das coisas que digo

Caio em contradição mais de 3 vezes por semana.

Me provocam e eu provoco. Ação e reação. Dualidade. Não da mais.

Donde foram parar aqueles planos? Aonnde foi passear aquele casal feliz que andava de mãos dadas no parque?

Cadê? Se escondeu? Se ainda estiver por aí, tenha a bondade de aparecer.

De alguma maneira, a medida do impossível e ímpossível de se medir. Talvez seja como Deus, que utilizamos para saber a medida e o tamanho dos nossos medos, já dizia Lennon.

Carrego comigo a culpa de calar e o peso de falar. Carrego em mim o fardo amargo disso tudo.

Mas a verdadeira existência compacta, convicta e uniforme, de uma maneira holística e cabalística, depende de haver uma cerveja gelada no final da tarde.

E ponto final mestre.

1980 foi uma merda…

Lennon foi pro saco. Cartola e Vínicius também. E o GPS começou a funcionar. De lá pra cá, apesar do GPS tentar, com a falta dos três primeiros fica cada vez mais difícil se encontrar.

 

Ciao.